sábado, 17 de julho de 2010

E a Copa se foi (não exatamente)

Junho e este início de julho foram meses bastante atribulados para mim. Quase uma semana depois da derradeira final, a maioria não quer mais saber da Copa, mas eu não poderia deixar de fazer meus comentários finais.

A Espanha mereceu ser campeã, embora não tenho jogado um futebol de primeira. É um time eficiente e deu para o gasto diante de uma seleção holandesa que entrou mais disposta a bater do que a jogar bola, lembrando a Holanda do primeiro tempo contra o Brasil. Durante todo o torneio, a Espanha não chegou a empolgar, mas não tomem isso como despeito ou choro de mau perdedor. Deixo essa distinção para o nosso presidente, que deveria ter ido à final da Copa, mas não o fez simplesmente porque o Brasil havia sido ejetado antes. Feio, descortês. Um chefe de Estado não faz isso.

No geral, não vou guardar lembranças boas desta Copa. Como positivo, destaco a escolha justíssima do uruguaio Forlán como melhor jogador do torneio, pois ele carregou o time nas costas durante todo o mundial. A grande decepção ficou por conta da Alemanha. Depois de apresentar um futebol de encher os olhos e golear Inglaterra e Argentina, os alemães se esqueceram de jogar contra a Espanha. Mas vai ficar mesmo na lembrança a má arbitragem. Não me lembro de uma Copa com tantos erros dos juízes e bandeiras. Que a FIFA tome uma providência e modernize o futebol.

Mas como indiquei no título, o assunto Copa não vai desaparecer. A Copa da África se foi, mas a Copa de 2014, a nossa Copa, vamos ouvir falar dela à exaustão até a bola efetivamente rolar. Infelizmente, até agora é só notícia ruim. Estamos com tudo atrasado, mas parece imperar a ideia de que “se os africanos conseguiram a gente também consegue”. Para ficar aqui na região, São Paulo, a maior, mais importante e mais rica cidade do país, ainda não sabe se terá o jogo de abertura. O Morumbi está descartado, o estádio que o Corínthians planeja construir é pequeno e, tudo conspira contra, o terreno onde querem construir o “Piritubão” está contaminado e, segundo a Cetesb, seriam necessários três anos para descontaminá-lo.

Diante das críticas da FIFA, Lula, o mau perdedor, o boquirroto do Planalto, sai com quatro pedras na mão e diz que não somos idiotas, que sabemos o que precisa ser feito e que tudo estará pronto. Idiotas somos nós, que já vimos esse filme e vamos assistir a uma continuação ainda pior. Os Jogos Pan-americanos tiveram o orçamento estourado em quase oito vezes, mas mesmo assim não aprendemos a lição. Claro, é bom lembrar que gastar mais que o orçado é comum a Copas e Olimpíadas, mas oito vezes me parece demais. Tudo que é feito a toque de caixa sai mais caro. Fiquemos de olho, pois estamos a caminho de fazer a Copa mais cara da história, provavelmente mais cara do que as que virão depois.

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