quinta-feira, 11 de março de 2021

50

Não, o plano era outro. Hoje, eu estaria em outro lugar, muito provavelmente na Europa, comemorando meus 50 anos. Mas a vida não sai exatamente como a gente planeja.

Há exatamente um ano, a OMS declarava a pandemia do novo coronavírus. Ainda deu tempo de comemorar meu aniversário como costumo fazer: sem muito alarde, com as pessoas mais próximas e mais queridas. Naquele momento, num arroubo de otimismo, como se vê hoje, imaginava que a COVID não atrapalharia meus planos para 2021 e eu faria a tão sonhada viagem. Mas não é motivo para desanimar.

Chego feliz aos 50, sobretudo porque não me sinto com 50 anos, não mesmo. O corpinho, de 49, já não é o de 30, mas a saúde vai bem, obrigado. Exige mais cuidados, mas é assim mesmo. Comer melhor e menos, beber menos, seguir nos exercícios. Não há outro jeito. O coração, bom, está muito bem cuidado. E a cabeça, o mais importante, está melhor do que nunca. Mais tranquila, menos dada a chuvas e trovoadas, embora ainda haja vários pontos a trabalhar.

E o meu dia especial não terá nada de exageradamente especial. Vai ser mais um dia de trabalho, possivelmente muito trabalho. Isso é bom, bom demais. Na atual conjuntura, é uma bênção poder trabalhar. À noite, vou cortar um bolinho com os filhotes  e tomar uma taça de vinho. Uma só, pois a polícia está na rua para evitar aglomerações.

Mas e a viagem? Bom, essa e outras vão ficar para depois. Não sou desses que tem que comemorar exatamente no dia. Eu espero. Os planos estão guardados para quando passar esta ficção científica em que estamos vivendo. Por ora, é celebrar a vida. Viva os 50!