sábado, 4 de julho de 2009

Patriotismo ou patriotada?

Eu sempre digo aos amigos aqui nos Estados Unidos que brasileiro só é patriota mesmo e veste as cores do país quando tem jogo da seleção na Copa. Não é que não sejamos orgulhosos do nosso torrão natal, mas não se vê no Brasil a necessidade de ostentar nosso amor à pátria.

Aqui nos EUA a situação é outra. De modo geral, o americano é notoriamente patriota e faz questão de demonstrar isso. Ele veste a camisa e estampa as cores da bandeira em tudo. Vejam, por exemplo, esta senhora que vi ontem no supermercado (a do meio):

A foto está meio desfocada, mas pode-se distinguir as cores e as estrelas da bandeira americana no casaco. Leitor, você tem um casaco com as cores da bandeira brasileira? Provavelmente não. E que tal estes pratos e guardanapos para o churrasco do 4 de julho?

Recentemente, organizou-se um churrasco num parque. Uma amiga brasileira e o marido americano se encarregaram de chegar mais cedo e arrumar tudo por lá. O marido aproveitou que era dia da bandeira aqui e decorou as mesas a contento:

Lembram-se da última vez em que trouxeram a bandeira brasileira para a mesa de refeição? A grande maioria no Brasil não deve nem se lembrar do Hino à Bandeira, o “Salve lindo pendão da esperança...”

É comum também ver a bandeira propriamente dita hasteada na frente das residências americanas (não num mastro vertical, mas diagonal, fixado à frente da casa). Alguém aí no Brasil tem a bandeira hasteada na frente de casa?

Já imaginaram como está isto aqui hoje, 4 de julho? E aí, é patriotismo ou patriotada? Talvez nós brasileiros pudéssemos nos espelhar um pouco nos americanos e estender o nosso patriotismo para o intervalo entre uma Copa e outra. Mas nada de exageros. Na minha forma de ver, esse patriotismo exagerado, quando bem manipulado, alimenta a beligerância americana, e a gente sabe muito bom no que dá.

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