terça-feira, 10 de maio de 2011

A, E, I, O, U – Uma pesquisa informal

Faz pouco mais de um ano que estou morando no estado de São Paulo. Como estou sempre atento à língua e ao falar das pessoas, algumas diferenças me chamaram a atenção. Como já mencionei uma vez, uma que me incomodava era o hábito das pessoas de se referir aos outros apenas pela primeira sílaba. Meus filhos, com nomes tão lindos, viraram Rô e Clá. Uma frase como “Pá, fala pra mã que a Dá, a Mi e a Mê vão passar o fim de semana na casa do Ju” é perfeitamente compreendida na família da minha mulher, paulista de São José do Rio Preto. Tudo bem, faço ouvido de mercador e não dou bola. Mas tem uma diferença que ainda me incomoda: a pronúncia das vogais "e" e "o".

Fui alfabetizado em Brasília e me ensinaram que o som dessas vogais é aberto, como em pé e pó. Portanto, /a/, /é/, /i/, /ó/, /u/. Reparei que, aqui, pronunciam /ê/ e /ô/, fechados, como em vê e vô. Acho esquisitíssimo. As crianças voltam da escola falando em /ê/ e /ô/. A Érica sempre pegou no meu pé (mentira, eu que pego no pé dela) e também pronuncia /ê/ e /ô/.

Se você consultar uma boa gramática, a do Rocha Lima, por exemplo, verá que "quando em sílaba átona, anula-se a distinção, como fonemas, entre /é/ e /ê/ e entre /ó/ e /ô/, em favor das de timbre fechado". Trocando em miúdos, o correto seria /a/, /ê/, /i/, /ô/, /u/. Mas acho que não vou mudar meu jeito, burro velho que sou, e fico me perguntando: por que ensinaram errado para tanta gente? E IBGE, TRE? Não ouço ninguém dizer IBGÊ, TSÊ. Será que o som fechado é uma característica regional ou de determinados estados?

É aí que entra a ajuda de vocês. Respondam às perguntinhas abaixo. Depois compilo as respostas  e publico os resultados.

1. Como você aprendeu, aberto (/é/ e /ó/) ou fechado (/ê/ e /ô/)?

2. Onde foi alfabetizado (cidade ou pelo menos estado ou região)?

3. Onde mora hoje?

4. Continua a pronunciar as vogais da mesma maneira que aprendeu?

2 comentários:

  1. Bom, vc sabe da minha história, um detalhe que me incomoda bastante é ouvir a galera de São Paulo, especialmente, falando Dô em vez de Dó, a nota musical. Sem comentários...

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  2. Dô é de doer. Consultei uma amiga de São Paulo, mãe de músico. Vamos ver o que ela me diz.

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