domingo, 11 de outubro de 2009

A criminalidade aumenta... e eu acho é bom

Para quem mora no Brasil, crime e violência são uma constante. Vive-se sobressaltado, torcendo, ou rezando, para não ser a próxima vítima. Aqui na região metropolitana de Washington, essa não é exatamente uma das minhas preocupações. A região é conhecida por ter áreas bastante tranqüilas, ao menos para nossos padrões tupiniquins, e um ou outro bolsão de violência, sobretudo onde predomina a população negra. De uns meses para cá, porém, temos tido notícias de um número crescente, embora ainda pequeno, de crimes aqui pelas redondezas.

Em agosto, quando estávamos no Brasil, um homem foi assaltado na avenida que passa em frente à nossa estação de metrô. Se bem me lembro do caso, ele voltava do trabalho quando foi abordado por dois homens, ainda com o dia claro. Deram-lhe uma ou duas pauladas e levaram-lhe a carteira, o celular e o laptop. E pensar que, durante uns bons anos, fiz esse mesmo caminho todos os dias.

Após a nossa volta, no início de setembro, uma moça foi atacada na frente do prédio onde morava. Um rapaz de origem hispânica a agarrou por trás, mas ela conseguiu se desvencilhar e correr. O local onde isso se deu fica bem próximo ao posto de gasolina em que costumamos abastecer. Aqui no nosso condomínio, roubou-se um aparelho de GPS de um carro. É bom lembrar que condomínio aqui não tem cancela, segurança armado, cerca elétrica, muro com caco de vidro em cima, aqueles itens básicos de segurança das cidades brasileiras.

Nas últimas semanas, houve duas tentativas de um outro tipo de crime que nos preocupa bem mais. Um tarado foi avistado em dois lugares diferentes tentando atrair e raptar crianças. Ele prefere lugares abertos, onde haja aglomeração. Um dos ataques foi numa aulinha de futebol, ao ar livre. Boa hora em que escolhemos para matricular o Rodrigo numa aula dessas. Mas que ninguém se preocupe porque o pai fica de olho no futuro craque, numa marcação cerrada.

Ontem, conversando com uns amigos, fiquei sabendo da última ocorrência, esta bem séria. Na última quinta-feira à noite, um funcionário graduado do FMI foi baleado na garagem de casa, ao chegar do trabalho. O bandido fugiu correndo e ainda não se tem pista dele. O que mais surpreende é que o crime tenha ocorrido em Bethesda, Maryland, uma região reconhecidamente tranqüila. Segundo as últimas notícias, a vítima continua internada, em estado grave.

Alguns desses crimes talvez sejam mais uma das indesejáveis conseqüências da crise econômica. Assim, são uma onda passageira e teremos menos ocorrências tão logo a economia entre nos eixos. Outros, claro, não têm relação direta com carestia ou penúria. Contudo, de uma forma ou de outra, consigo ver um lado bom nisso tudo. Se a situação continuar a piorar, não vou mais nem esquentar a cabeça com a iminência de uma possível volta ao Brasil, pois, em breve, a tão propalada criminalidade daí parecerá cada vez mais branda em comparação com a daqui.

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