sábado, 27 de junho de 2009

Uma noite de sexta

Nós quatro reunidos na cozinha, pizza do nosso lugar favorito, uma garrafa de Chardonnay. Rimos, ouvimos música, as crianças fizeram a boa e velha bagunça delas.

Na hora de dormir, claro, o Rodrigo naquela animação. Entro no quarto dele e converso. Depois de um beijo de boa noite retribuído como só ele sabe fazer, digo (!!!): “Now you go to sleep, boy. You’re the coolest little kid in the whole wide world, did you know that? Sleep tight, OK? Sweet dreams." (Numa tradução livre, “Agora vamos dormir, gatinho. Você é o menininho mais bacana do mundo, sabia? Durma bem. Sonhe com os anjinhos.) E ele ficou quietinho, escutando, como se entendesse... e o pior é que entende. Dois segundo depois, estava dormindo.

Criança dá um trabalho imenso, só quem tem sabe. Mas criança também proporciona esses momentos especialíssimos... que só quem tem sabe.

Ia escrever também sobre o Clapton, mas vai ficar para amanhã que estou com sono e me faltam só umas seis páginas do Life Without Lawyers. Livro no finzinho não é coisa que se desperdice. Poucas sensações se igualam à de terminar um livro e poder ficar naquela gostosa indecisão na frente da estante: “E agora? O que eu vou ler?” Encerro com uma tira especialíssima da Hilary Price (www.rhymeswithorange.com). É uma daquelas situações que só entende quem já passou por ela.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

MJ

Já estava no seu ocaso, mas sua morte não deixa de ser uma grande perda. Soube escrever músicas pop como pouquíssimos. Entre as suas façanhas, gosto desta: Thriller vendeu mais de um milhão de cópias... só em Los Angeles. Se você parar pra pensar, não é pouca coisa não.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Copa das Confederações

Que beleza a falta batida pelo Daniel Alves! O Joel, raposa velha, quase apronta pra gente, mas não deu. Acredito que teremos vida mais fácil no domingo.

Agora, para ficar tudo certo, só falta a FIFA proibir aquelas cornetas na final de domingo e no ano que vem, na Copa. Tenham dó, vai?! Aquele zumbido o jogo inteiro enche o saco!

Xô, advogados!!

Life Without Lawyers é uma beleza de livro! Mostra de forma bem imparcial e objetiva um dos mais graves males, senão o mais grave, de que padecem os Estados Unidos. O advogado Philip Howard revela como a falta de bom senso e a forte inclinação dos americanos para o litígio dificultam a vida em um país doente e afetam desde as atividades mais comezinhas, como ir ao médico ou levar o filho para brincar na rua, até o ensino e as relações empregatícias. Este vai ser o meu assunto nos próximos dias.

João Vicente x Salvador Cabañas

Quem me conhece sabe bem que eu adoro a natureza. Sério! Adoro a natureza lá no lugar dela e eu aqui no meu lugar. Em inglês fala-se em “the great outdoors” para referir-se à maravilha que é estar ao ar livre, em contato com a natureza. Pois eu sempre digo: “I love the great indoors.” Escalada, caminhada no meio do mato, pescaria. Eu tô fora! Nada melhor que ficar no fresquinho do ar condicionado lendo um bom livro. Tudo bem, para não me chamarem de intransigente, pode ser na beira da piscina ou na praia. Mas falando em natureza, ela veio haver-se comigo aqui no meu quintal num dia desses.

Na sexta-feira, 5 de junho, pegamos a estrada e fomos visitar alguns lugares no nordeste dos EUA. Passamos seis dia fora e, na volta, encontramos um hóspede: uma marmota (groundhog ou woodchuck, em inglês) havia se instalado ali fora. Fizera um buraco perto de uma árvore e já tinha cavado um bocado, pois já havia um monte de terra considerável do lado de fora. Após observar o bicho por alguns minutos, resolvi batizá-lo de Cabañas, em homenagem ao centroavante gordinho e chato da seleção paraguaia. O “bicho”, como Clarissa e Rodrigo passaram a chamá-lo, se encaixava bem nessa descrição.

Cabañas passeando ao sol

Telefonei para o governo local, para a área que cuidava de animais e zoonoses, para saber se não viriam apanhar o Cabañas e levá-lo embora. Negativo. Só viriam se o bicho estivesse dentro da minha casa e, obviamente, eu não estava disposto a deixá-lo entrar. Liguei para uma firma especializada na remoção de animais e se comprometeram a vir olhar o serviço. No dia seguinte, sábado, veio a cacetada: o orçamento foi de 350 dólares. Imaginava que fosse caro, pois serviço nenhum aqui sai barato, mas 350 pratas para dar um fim no Cabañas era um pouco demais. Mas ficou acertado que viriam na segunda-feira de manhã.

Passei o fim de semana pensando numa maneira de evitar pagar aquilo tudo. Cheguei a abrir o portão lá fora, na esperança de o meu convidado resolver ir dar uma volta pela rua e aí eu correr e fechar-lhe o portão no focinho. Ele é bicho, mas não é burro, claro, e não caiu nessa. Nesse meio tempo, Clarissa me implorava que não fizesse mal ao “bicho”. No domingo, conversei com um amigo e ele me disse que a solução era mais simples do que eu imaginava. Era só comprar uma jaula/armadilha por umas 50 pratas no Home Depot, colocar meia maçã lá dentro e esperar. Antes que eu me esqueça, havia dado um jeito nas costas na quinta-feira anterior e mal podia andar. A idéia de, naquelas condições, ir caçar uma marmota fedorenta (segundo o meu amigo) e possivelmente raivosa e pulguenta não me agradava nem um pouquinho, mas todo o mundo tem seu preço. A perspectiva de economizar 300 pratas mexeu com os meus brios e resolvi topar a parada. Na manhã seguinte, liguei para a firma e cancelei o serviço. Assim que melhorasse das costas, eu mesmo despejaria o Cabañas.

O embate tardou um pouco mais do que devia porque precisei ir a Boston. Mas no último sábado, no fim da tarde, comprei a jaula e preparei tudo direitinho. Seguiu tudo conforme o roteiro. Por volta das 11 da matina o Cabañas já estava enjaulado. Não poderia soltá-lo aqui por perto porque as marmotas normalmente voltam para a sua última residência. Enfiei a gaiola num saco, forrei o porta-malas do carro com saco plástico e jornal (vai que o bicho me resolve fazer uma besteira lá no carro) e o levei embora, deixando a 66 e o Beltway entre ele a nossa casa. Abri a jaula perto de um parque e ele relutou, mas acabou saindo num pique sem nem agradecer a acolhida das últimas duas semanas. Por via das dúvidas, a jaula está lá fora preparadinha para o caso de o Cabañas ter deixado para trás um parente. Felizmente, até agora nada, mas ainda me toca consertar o estrago que ele fez. Vou ligar para uma firma de jardinagem que deixou o cartão aqui na porta outro dia. Só espero que o serviço não saia caro porque senão…

Cabañas devidamente enjaulado e, ao fundo, o monte de terra que cavou para fazer sua toca.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Motoristas nada profissionais

A notícia sobre o choque das composições no metrô de Washington não foi a única a me chamar a atenção durante o Jornal Nacional de segunda-feira. Interessou-me também o caso dos taxistas de Fortaleza que ajudam jovem motoristas embriagados a passarem incólumes pelas blitzes da polícia. Para quem não viu, a ajuda consistia no seguinte: o bêbado sai da boate e o taxista se oferece, por R$ 20, a tomar-lhe o volante do carro e passar na blitz, que normalmente está montada logo ali. No trajeto, o carro é seguido por uma moto. Após a blitz, o bêbado assume a direção do carro e o taxista volta na garupa da moto até a porta da boate para repetir o logro.

O que mais me espanta é que são motoristas de praça, motoristas ditos profissionais. Não passa pela cabeça desses sujeitos que estão sendo cúmplices de um crime? A ajudinha deles pode resultar em acidentes e até mesmo em mortes. Mereciam ter a carteira de motorista e a licença cassadas, pois demonstram não estarem minimamente preparados para exercer seu ofício. É pena que esse descaso com a vida alheia ainda seja tão comum no Brasil.

terça-feira, 23 de junho de 2009

O acidente no metrô de Washington

Soube do acidente ao ver o Jornal Nacional. Levei um susto, pois reconheci imediatamente os trens. Fiquei me perguntando logo que linha era aquela. Foi na linha vermelha, a qual raramente uso. Até agora foram computados dezenas de feridos e seis mortos, inclusive a condutora do trem que bateu na traseira da outra composição. Poderia ter sido bem pior, pois os trens seguiam rumo ao centro da cidade e, naquele horário, por volta das 17h, o fluxo maior de passageiros é na direção contrária. Ainda assim, é uma tragédia.

domingo, 21 de junho de 2009

Flodar (floodar)

Acabei de entrar em um site para assistir ao Brasil x Itália e me deparei com uma nova palavra: "flodar". Estava nas instruções do chat que acompanha a transmissão. Dizia lá: "Não é permitido flodar (mandar mensagens repetidamente)." Vem do inglês flood, que significa inundar. Para mim, é um aportuguesamento desnecessário, pois existe uma forma de expressar a mesma idéia em português. Pobre da inculta e bela. Mas é isso aí, o falante faz o que bem entender com a língua e lutar contra isso é inútil.