quarta-feira, 28 de abril de 2010

The kind of stuff that brings tears to your eyes

Para quem não lê inglês, mais tarde traduzo.

I just received an email from Clarissa's former 1st grade teacher in Virginia. She compiled messages to Clarissa from some of her former classmates. That's the kind of stuff that brings tears to your eyes.

"Dear Clarissa,

1C misses you very much! We have some things to tell you:

I hope you are having fun in Brazil and I hope you have a great time (Caroline)

I hope you're having a good time in Brazil and do you still have your fish? (Natalie)

On Earth Day we went outside with our 5th grade buddies and we found a lot of trash and helped the earth. You are still inside my heart and I really miss you and I really would like you to try to book a flight back with your family and come back to this school to visit. I'd like you to stay here forever. I'm sure that everyone would like to see you again. (Kinsley)

I miss you so much! We are on the 4th book of Mrs. Piggle-Wiggle. (Mitchell)

I hope you are having a great time at your new school. (McKenzie)

When we were picking up trash we found a canoe but we didn't throw it out, it would be way too big. (Christopher)

We miss you so much and hope you move back. (Kate)

Clarissa, we miss you a lot. We hope you're having fun with your family and we got a new boy named Taylor in our class. I hope you're having a good time in Brazil and we all loved having you here with us and we were sad you left, but we still remember you in our heart. I love you as a friend. We are very happy that you are having a good time in your new home. I miss you a lot. I really enjoyed having a good time with you but I still see you in my heart. (Brennan)

I hope you like your new home. (Emily)

Is the weather cold or hot in Brazil? I guess it's hot because it's close to the equator. (Taylor)

I really hope you are having a good time in Brazil. (Eli)

Do you have Earth Day in Brazil? (Daniel B)

I hope you're still enjoying your time in Brazil! (Daniel F)"
 
Funny thing is last night Clarissa asked to take a look at the scrapbook that was put together and given to her the day before we left. She went carefully over each page and, this morning, asked to take it to school to show it to her friends there. As far as I am concerned, that's a scary coincidence.
 
I am going to print out her teacher's email and leave it on Clarissa's bed. We are in for an emotional afternoon.

domingo, 18 de abril de 2010

Reminiscências de um clássico

Minha primeira lembrança dos confrontos entre Flamengo e Botafogo remonta a uma aposta. Todas as vezes que os dois se enfrentavam, meu pai, fumante inveterado, apostava um pacote de cigarros Carlton com um colega de hospital (sim, o fumante inveterado era médico). Quando o Botafogo levava a melhor, meu pai era obrigado a enrolar o prêmio em jornal, branco e preto, nas cores do Fogão. Quando o Flamengo vencia, era a vez do colega enrolar o prêmio em fita de máquina de escrever, vermelha e preta, nas cores do Mengão. E eu me divertia com aquilo.

Com o passar dos anos, outros jogos inesquecíveis foram sendo guardados na memória. Houve aquele Bota 1 x 0 Fla, em que estava em jogo o recorde de invencibilidade de um clube no Brasil. Quis o destino que o Flamengo, em busca da sua quinquagésima terceira partida sem derrota, enfrentasse o Botafogo, então detentor do recorde, com 52 partidas sem perder. Renato Sá fez o gol único da partida, ainda no primeiro tempo e frustrou os flamenguistas. Numa daquelas assustadoras coincidências do futebol, o próprio Renato Sá havia sido o carrasco que encerrou a série do Botafogo, fazendo dois gols num Grêmio 3 x 2 Botafogo.

Uma lembrança que guardo daquele 1 x 0 foi que eu, então com oito anos, fiquei extremamente decepcionado com a derrota, brabo mesmo. Resolvi que não ia mais torcer para o Flamengo. Picotei poster, queria rasgar a camiseta, cortar uma bandeirinha que eu tinha. Deve ter sido terrível para o meu pai ver o filho querer se bandear para o outro lado. Mas ele interveio sabiamente e me mostrou que não era todos os dias que a gente podia ganhar. Depois de muita conversa, resolvi deixar as coisas como estavam.

No decorrer dos anos, houve outras decepções. Aquele 1 x 0, sobre o qual já escrevi aqui, em que o Maurício empurrou o zagueiro do Flamengo (empurrou sim!) antes de meter a bola nas redes e tirar o Botafogo de uma fila que parecia interminável. Houve o 1 x 0 em 1997, em que o Botafogo, com o time reserva, bateu o Flamengo de Romário e companhia e o eliminou das finais da Taça Guanabara.

Mas também há lembranças boas, muitas. O 6 x 0 de 81, com o sexto gol,marcado pelo Andrade, o camisa 6, aos 42 (4 + 2 = 6), num petardo de fora da área, vingando os 6 x 0 impostos em 1972. Até hoje guardo com carinho a revista Placar daquele jogo. Como não falar do título brasileiro conquistado em cima do Botafogo em 1992. Esse, infelizmente, eu não vi, pois morava fora do Brasil na época. Apenas tomei conhecimento por um telefonema. E claro, nos últimos anos, salvo uma Taça Guanabara e uma Taça Rio, os confrontos entre os dois clubes só têm dado alegria aos rubro-negros.

E hoje tem mais um. Haja coração. Talvez esta seja a melhor equipe que o Botafogo manda a campo nos quatro últimos estaduais. Aquele ataque com Herrera e Loco Abreu é chato e o tal do Caio, quando entra, dá trabalho. Mas tenho fé no Flamengo, mesmo sem Juan, Léo Moura, que é dúvida, e com aquele meio-de-campo que não se acerta. Vamos com força e confiantes na mística rubro-negra. Talvez o destino queira que, após o tricampeonato estadual sobre o Vasco em 1999/2000/2001, o Flamengo pare também num tricampeonato, desta vez sobre o Botafogo. Ou talvez seja a nossa hora de chegar ao inédito tetra estadual. Vejamos logo mais.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

E lá vamos nós fazer papel de bobo mais uma vez

Transcrevo, na íntegra, nota publicada hoje no caderno de esportes do Estadão. Em seguida, comento.

Congresso pretende ouvir explicações de Blatter sobre 2014
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, foi convidado a se explicar ao Congresso Nacional sobre a Copa de 2014 e os gastos do Brasil. O convite deve chegar hoje a Zurique. Foi aprovado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
A comissão quer saber se o Brasil está ou não cumprindo o cronograma de responsabilidades assumidas, se há chance de exclusão de sedes e se a FIFA irá estabelecer data limite para que as obras nos estádios de fato comecem. Além disso, busca informações sobre o prazo final para as cidades serem confirmadas como sede e se há possibilidade de o País deixar de fazer a Copa.
Quem arcará com os custos em caso de prejuízo é outra pergunta a ser feita a Blatter, que deverá responder se casos de corrupção nos preparativos da Copa serão punidos ou não.
O deputado Silvio Torres, autor do requerimento da convocação, justificou dizendo que convidou o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em seis ocasiões para ir à comissão, mas sequer recebeu resposta. /Jamil Chade”

Não consigo acreditar que vão incomodar o presidente da FIFA e pedir-lhe respostas a perguntas, na maioria estapafúrdias, que deveriam ser respondidas aqui dentro, por quem está organizando o evento. Que falta de senso! Imagina o que vão pensar lá na Suíça quando tomarem conhecimento disso.
Daqui a pouco vai aparecer um para convidar o Ban Ki Moon, o chefão da ONU, para explicar se existe alguma possibilidade de os países do Conselho de Segurança se reunirem para dar um cacete no Brasil porque estamos de gracinha com o Irã. Bando de imbecis!

domingo, 11 de abril de 2010

Agora quem dá bola é o Santos

Daqui a pouco é hora de torcer para o Santos. Todos os brasileiros devem torcer para os Meninos da Vila no jogo de hoje e nos três que lhes faltariam para ganhar o Campeonato Paulista (faltariam, pois ainda estamos no campo das hipóteses). Mesmo quem é são-paulino deve virar a casaca. O título do Santos coroaria o belo trabalho realizado por aquele elenco de garotos e serviria para mostrar que ainda é possível jogar futebol bonito, ofensivo, e ganhar título. Se não levantarem o caneco, será mais um argumento a favor desse futebol moderno que se joga por aí, defensivo, cheio de cabeças-de-área, esse futebol de Josués que vamos levar para a África do Sul.

É bom ressaltar a ousadia do Dorival Júnior, treinador do Santos. Que técnico hoje em dia teria a coragem de entrar em campo com a vantagem de dois empates e, na casa do adversário, escalar dois meias ofensivos (Marquinhos e Ganso), três atacantes (Robinho, André e Neymar) e apenas um volante (Arouca)? Essa, pelo menos, foi a escalação que apareceu no Estadão de hoje. Espero que, até a hora da partida, ele não mude de ideia. Afinal de contas, contra um poder de fogo desses, quem tem que se preocupar em defender é o São Paulo.

Nota: Ficou meio sem sentido esse quadrangular para definir o campeão do interior. Se considerarmos o Santo André como equipe do interior (sei lá, está ali na Grande São Paulo), o título do interior deveria ficar para ele (segundo lugar na primeira fase) ou, na pior das hipóteses, para o vencedor da semifinal entre ele e o Grêmio Prudente. Mais uma vez, a FPF meteu os pés pelas mãos ao subestimar a força dos pequenos.

terça-feira, 6 de abril de 2010

iPad

Daqui de longe, a olho nu, o iPad me parece mais um iPod tamanho-família, um iPodão (Touch, claro). O pior é ver a turma fazer fila e comemorar a compra como se fosse o nascimento de um filho. Já virou mania adquirir o aparelho mais moderno simplesmente para não ficar de fora. E se for da Apple, a histeria parece ser maior. Aquilo deixou de ser empresa há muito tempo. Virou um culto, uma seita. A loja de Nova Iorque, na esquina do Central Park, é a Meca deles. Olha, se o Steve Jobs engarrafasse lama, pusesse aquele logotipo da Apple no vasilhame e vendesse, acho que gente à beça compraria e os mais fanáticos ainda beberiam o conteúdo. Deixemos a poeira baixar e aguardemos uma nova versão.

Infraestrutura capenga

Na terça-feira passada, estive em Viracopos, o aeroporto de Campinas, para apanhar minha mãe. Até então, só havia estado lá uma vez, ainda na década de 80. Voltávamos de uma viagem aos EUA e não havia teto para descermos em Guarulhos. A única lembrança, desagradável, que tinha do lugar era a de que fomos parados na alfândega e tivemos que pagar uma taxa para liberar uma filmadora.

Desta vez, encontrei um aeroporto algo derrubado. Bom, o terminal até que estava arrumadinho, embora eu não tenha passado muito tempo lá para observar; apenas dei um pulo na livraria, peguei o jornal e segui para o desembarque. Mas do lado de fora, a coisa estava feia. Mato por cortar, sujeira, buracos na pista e nos estacionamentos e, o mais incrível, duas vagas para deficientes exatamente onde estava a faixa de pedestre. Coincidência a matéria de capa da Veja desta semana tratar da precária situação dos nossos aeroportos.

Enquanto isso, Dilma e Lula lançaram o PAC 2, sem nem chegarem perto de completar o PAC original. Prometeram investimentos que ultrapassam a astronômica cifra de um trilhão de reais. Só faltou explicar direito de onde virá essa dinheirama toda. Do outro lado, o Serra chegou até a inaugurar maquete e entregou ao povo do seu estado* as obras, ainda inacabadas, de ampliação da Marginal do Tietê e mais um trecho do Rodoanel, em que, segundo relatos de jornalistas, só havia iluminação nas pontes e os canteiros ainda estavam por terminar. O negócio era inaugurar antes de deixar o cargo, para depois poder bater no peito durante a campanha eleitoral e dizer, “eu fiz”.

E claro, falando de infraestrutura, não posso deixar de mencionar o caos causado pelas chuvas em São Paulo desde janeiro e as cenas de hoje no Rio e de dias atrás na minha Brasília. Claro, há outros fatores em jogo, mas esse também é um problema de infraestrutura. E assim seguimos rumo à Copa, daqui a quatro anos, e à Olimpíada, daqui a seis. Acho que imaginam que os problemas vão se resolver como num passe de mágica até lá. Vão esperando.

* Notem que escrevi estado com minúscula. Sempre me questiono por que jornais como o Estadão insistem em grafar Estado, com maiúscula, ao se referir a uma unidade da federação. Quando se fala no conjunto das instituições ou num país soberano, tudo bem, o certo é Estado; nos demais casos, é hipercorreção.

Morango

Se você gosta de morango e mora no Brasil, saiba que está no lugar errado. Ontem saí de manhã para comprar uns para a Érica fazer uma sobremesa. O que se acha por aqui são aquelas caixinhas de plástico verde pequenininhas, com duas camadas de morangos miúdos, "artesanalmente" dispostos. É difícil achar uma caixinha em que vários dos morangos de cima não estejam passados. Aí você já fica imaginando os de baixo. Bom, esses são ainda menores. Não dá nem para começar a matar a vontade. E cada caixinha dessas sai por volta de cinco reais. E não é porque a fruta está fora da estação. Estive no Brasil em agosto, época boa para morango, e era a mesma coisa. A caixinha talvez custasse um ou dois reais a menos, mas a qualidade da fruta era a mesma. Não deveria dizer isso, mas me dá saudade dos morangos que comprava lá nos EUA. Era cada caixa que não tinha mais tamanho; dava para alimentar um batalhão. E, em termos de preço, não dá nem para comparar. Pagamos muito mais caro aqui. Já avisei à Érica para começar a aprender umas receitas de sobremesa com banana e maçã. Essas não faltam e saem mais em conta.