terça-feira, 6 de abril de 2010

Infraestrutura capenga

Na terça-feira passada, estive em Viracopos, o aeroporto de Campinas, para apanhar minha mãe. Até então, só havia estado lá uma vez, ainda na década de 80. Voltávamos de uma viagem aos EUA e não havia teto para descermos em Guarulhos. A única lembrança, desagradável, que tinha do lugar era a de que fomos parados na alfândega e tivemos que pagar uma taxa para liberar uma filmadora.

Desta vez, encontrei um aeroporto algo derrubado. Bom, o terminal até que estava arrumadinho, embora eu não tenha passado muito tempo lá para observar; apenas dei um pulo na livraria, peguei o jornal e segui para o desembarque. Mas do lado de fora, a coisa estava feia. Mato por cortar, sujeira, buracos na pista e nos estacionamentos e, o mais incrível, duas vagas para deficientes exatamente onde estava a faixa de pedestre. Coincidência a matéria de capa da Veja desta semana tratar da precária situação dos nossos aeroportos.

Enquanto isso, Dilma e Lula lançaram o PAC 2, sem nem chegarem perto de completar o PAC original. Prometeram investimentos que ultrapassam a astronômica cifra de um trilhão de reais. Só faltou explicar direito de onde virá essa dinheirama toda. Do outro lado, o Serra chegou até a inaugurar maquete e entregou ao povo do seu estado* as obras, ainda inacabadas, de ampliação da Marginal do Tietê e mais um trecho do Rodoanel, em que, segundo relatos de jornalistas, só havia iluminação nas pontes e os canteiros ainda estavam por terminar. O negócio era inaugurar antes de deixar o cargo, para depois poder bater no peito durante a campanha eleitoral e dizer, “eu fiz”.

E claro, falando de infraestrutura, não posso deixar de mencionar o caos causado pelas chuvas em São Paulo desde janeiro e as cenas de hoje no Rio e de dias atrás na minha Brasília. Claro, há outros fatores em jogo, mas esse também é um problema de infraestrutura. E assim seguimos rumo à Copa, daqui a quatro anos, e à Olimpíada, daqui a seis. Acho que imaginam que os problemas vão se resolver como num passe de mágica até lá. Vão esperando.

* Notem que escrevi estado com minúscula. Sempre me questiono por que jornais como o Estadão insistem em grafar Estado, com maiúscula, ao se referir a uma unidade da federação. Quando se fala no conjunto das instituições ou num país soberano, tudo bem, o certo é Estado; nos demais casos, é hipercorreção.

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