quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Tempo louco

Enquanto a gente passa um calor do cão aqui no interior paulista, a neve vem causando estragos em Washington e região. Houve uma forte nevasca da sexta para o sábado, mais forte do que a que pegamos em dezembro, pelo que sei. A cidade está “fechada” desde a sexta. Ontem uma amiga nos escreveu para contar que, em algumas casas na vizinhança dela, o telhado simplesmente havia cedido e vindo abaixo por causa do peso da neve, que havia se transformado em gelo. Uma ex-colega do trabalho me disse que havia faltado energia na casa dela por um dia inteiro. Falta de energia significa nada de aquecimento. Aí o negócio é se agasalhar da melhor maneira possível. Para agravar a situação, viria mais neve de ontem para hoje. Oxalá esse inverno passe logo.

Mas voltando ao calor, eis um negócio que eu não suporto. Costumo me queixar à beça do tempo daqui, desse calor terceiro-mundista. Mas peraí! Por que terceiro-mundista? Tudo bem, também faz calor no primeiro mundo, admitamos. Eu me lembro de uma vez em que estive em Nova Iorque, em julho de 1998, dias após aquela desastrosa final do Mundial da França. Foi verão para ninguém botar defeito. Andávemos pela cidade tentando passar por baixo das marquises para pegar uma sombrinha. Quando dava, passávamos por dentro de uma loja para podermos aproveitar um pouquinho de ar refrigerado.

Mas o ponto em que eu queria chegar é que há uma diferença crucial entre os dois calorões: lá nos EUA, você só sente calor se quiser ou se precisar. Basta entrar numa casa ou prédio ou loja, o que seja. Praticamente todo lugar tem ar condicionado, o que tem lá seus problemas, o que é assunto para outro dia. Aqui no Brasil, a gente sabe bem que não é assim. Quem tem a casa todinha à prova de calor, com todos os cômodos refrigerados? Eu não conheço. No máximo são um ou dois cômodos da casa com ar condicionado, pois a conta de luz é proibitiva. No fim, salvo raras exceções, como uma repartição ou um escritório, passa-se calor o dia inteiro. E tome ventilador e banho para aliviar. É a isso que me refiro quando falo em calor terceiro-mundista.

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