segunda-feira, 28 de junho de 2010

Brasil x Portugal

Um caso grave de esquizofrenia. Descobrimos outra Seleção, bem diferente daquela que havia ganhado, e bem, da Costa do Marfim. Embora o resultado tenha sido o suficiente para sairmos em primeiro no grupo e evitarmos o outro lado da chave, que, ao menos na teoria, me parece bem mais difícil, foi uma jornada bem ruim para o Brasil e a decepção foi geral. Salvo Júlio César, Lúcio, talvez, ninguém jogou bem. Até o Juan, que elogiei no jogo passado, errou e quase mata o seu goleiro, que teve que entrar numa dividida com um avante português.

Mas o que fica mesmo dessa partida é que falta gente para criar oportunidades de gol. Todos viram que nos ressentimos da falta do Robinho, do Kaká e, quem diria, do Elano. De trás pra frente, Daniel Alves entrou bem nas duas partidas anteriores, mas me decepcionou saindo como titular. Ciscou muito, pra lá e pra cá, mas não fez nada de muito produtivo. Chegou a me fazer lembrar do Zinho na Copa de 94, que foi apelidado de enceradeira por girar e girar e girar. Bem ou mal, Elano dá mais consistência àquele meio-campo e deixa o seu golzinho. Fará falta contra o Chile.

Júlio Baptista foi uma negação. Fez número, só. Quem me acompanha no Twitter (jvdepaulo) viu que eu não conseguia esconder a minha raiva. Ele não se apresentou para jogar. Só na imaginação do Dunga, La Bestia, como J. Baptista era conhecido na Espanha, poderia carregar aquele meio-campo, armar o jogo do Brasil e municiar o ataque. Ficou patente que não temos opção. Ramires? Não, não chega aos pés do Kaká nem resolve o problema. Só nos resta torcer para que o Kaká esteja em forma e à disposição nos quatro jogos que faltam, pois ele é muito mais necessário do que temíamos.

Por fim, faltou Robinho, que sentiu uma contusão que ninguém sabe bem qual foi, um incômodo, segundo se informou. Estou convicto de que não sou o único que não aguenta mais essa seleção de monges enclausurados. Nada pode vazar, ninguém pode saber muito do cotidiano da equipe para não atrapalhar o trabalho rumo ao hexa. Mas voltando ao Robinho, não é que o Nilmar tenha jogado mal ou seja ruim. É um grande atacante, mas não consigo vê-lo chamando a responsabilidade para si e procurando armar o jogo, como Robinho procurou fazer contra a Coreia. O Róbson, com ou sem barba, é outro de quem vamos precisar muito se quisermos ir longe na Copa.

Se olharmos do outro lado da cerca, vemos motivo para preocupação, ainda que pequena. O Maradona mandou a campo sete reservas e, ainda assim, venceu a Grécia por 2 x 0. Há um porém: não acho que a seleção argentina tenha sido efetivamente testada até agora. Só pegou galinha morta. Nigéria, Coreia do Sul e Grécia não são grandes equipes. O México, ontem, foi o de sempre. Joga, joga, mas está fadado a perder sempre. Vejamos o que faz a Argentina contra a Alemanha. Aí sim poderemos ter realmente ideia do que pode fazer o time do Maradona e, claro, se teremos condições de fazer-lhes frente.

Mas acredito numa vitória contra o Chile logo mais. Não espero um adversário jogando aberto, pra frente. O Bielsa é “loco”, mas não é bobo. Certamente guarda na lembrança as duas sapecadas que levou nas eliminatórias, sobretudo a de Santiago. Como retornam Kaká e Robinho, confio num placar elástico, 4 x 1, para manter a tradição de goleadas nos chilenos em Copas.

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